Lançamento: Virgolino, o Cangaceiro das Flores, de Wilton de Souza


Virgolino - O Cangaceiro das Flores

Livro dedicado ao pintor pernambucano Wellington Virgolino será lançado na próxima quarta-feira, 27, às 19h, na Livraria Saraiva

O lançamento da publicação Virgolino, o Cangaceiro das Flores marca o início das homenagens pelos 80 anos de nascimento do pintor pernambucano Wellington Virgolino de Souza, morto em 1988. Com autoria do escritor, gravador e desenhista Wilton de Souza, o livro será lançado na próxima quarta-feira, 27 de maio, às 19h, no Espaço Cultural Manoel Bandeira, da Livraria Saraiva Mega Store (Shopping Center Recife).

Em cerca de 150 páginas, pode-se percorrer a trajetória artística e pessoal de Wellington Virgolino, que viveu entre 1929 e 1988. Fruto de um ensaio escrito por Wilton de Souza, “O Cangaceiro das Flores” foi premiado pelo 45° Salão de Artes Plásticas de Pernambuco. Aprovado pelo Funcultura, o projeto vira livro com apoio do Governo do Estado, através da Fundarpe e Secretaria de Educação. Com prefácio do pintor e escritor premiado Marcos Cordeiro, a publicação ganha edição da pernambucana Grupo Paés.

Para escrever “O Cangaceiro das Flores”, Wilton de Souza empenhou-se numa longa pesquisa, numa imersão diária feita durante seis meses após a morte de Virgolino. No material reunido, há ainda escritos deixados pelo próprio artista; análises e comentários feitos sobre seu trabalho por escritores, poetas e críticos de arte como Walmir Ayala, Gilberto Freyre, Frederico Morais, Jaime Torban, Jacob Klintowitz, Ladjane Bandeira, João Câmara, Celso Marconi, Hermilo Borba Filho, entre outros; além do registro da memória do próprio Wilton de Souza, que vivenciou intensamente com o irmão o universo pessoal e o artístico. A mistura entre as “memórias” resulta numa narrativa em tom autobiográfico.

Autodidata e observador voraz do cotidiano, Welington Virgolino ficou conhecido pela pintura de dimensões estilizadas, apresentando certas deformações nos corpos das figuras humanas e dos elementos que compunham a tela. Auto denominado de “modernista/figurativo”, retratava gente do povo, operários de construção e as expressões do sentimento de cada personagem; mostrando as frustrações e os sofrimentos da vida precária do trabalhador brasileiro, eternizado em personagens como “Os calceteiros”, “Calungas de Caminhão” e “Operários”. Assim como não deixou de registrar as invenções e reinvenções da infância, ainda com ênfase em seus questionamentos sociais, através de suas crianças.

“Ao contar sobre a vida e a obra de Wellington, o livro faz um registro de uma geração de artistas plásticos da qual também fiz parte, juntamente com outros artistas como Vicente do Rêgo Monteiro, Abelardo da Hora, Francisco Brennand, José Cláudio, Gilvan Samico, entre outros. E por esse motivo, o livro é um importante documento da própria história das artes do período entre as décadas de 20 e 80”, explica o autor.

A escolha do nome vem da alcunha dada pelo jornalista Ronildo Maia Leite em artigos para o Jornal do Commercio. O Cangaceiro das Flores brinca com a junção do sobrenome do pintor – Virgulino – escrito originalmente como o do Lampião – e a pintura poética, de certa forma lírica, mas com caráter social.

Wellington Virgolino de Souza ou W. Virgolino como assina suas telas, nasceu no Recife, no dia 19 de setembro de 1929, no bairro de Casa Amarela. Aventurou-se como desenhista, gravador e escultor. Mas foi na pintura desenvolveu e amadureceu sua arte. Junto com outros artistas representaram a efervescência das artes plásticas do Estado com a criação do Atelier Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife, fundado em 1952. E logo depois integrou o Clube da Gravura do Recife, em 1957. Como desenhista e gravador ilustrou diversos livros (alguns de poesias) dos seguintes escritores: Marcus Vinícius Vilaça, Roberto Pio, Jéferson Ferreira Lima, Jaime Torban, Carlos Pena Filho, Rubem Braga, Marcos Cordeiro, José de Souza Alencar, Maurício Mota e Gilberto Freyre (este com serigravuras para o álbum de arte “GILBERTO, POETA: ALGUMAS CONFISSÕES”, edição comemorativa dos 80 anos do escritor). Expôs em mostras coletivas e individuais por todo país e também no exterior. Foi incluído na 18ª Bienal de São Paulo, na mostra Expressionismo no Brasil. Suas obras são representadas com exclusividade pela Galeria Ranulpho.

Wilton de Souza – Desenhista e gravador, participou de momentos importantes da história das artes plásticas de Pernambuco, sobretudo nos anos 50. Em 1948 ingressou na Sociedade de Arte Moderna do Recife, e em 1952 participou, junto com outros artistas, da fundação do Atelier Coletivo e do Clube de Gravura (1953). Participou de diversas exposições em países da América do Sul, Europa, Ásia e África; além de vários estados brasileiros e dos Estados Unidos. Foi premiado no Salão de Pintura do Museu do Estado de Pernambuco, em 1951. Criou a Galeria de Arte Rozenblit, a primeira do Recife (1956). Em 1976 foi eleito para a Academia de Artes e Letras de Pernambuco. É diretor de patrimônio do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM. Foi vencedor na categoria Concurso de Ensaios Inéditos sobre Artes Plásticas em Pernambuco do 45° Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (2002/2003) com a pesquisa Virgolino, o Cangaceiro das Flores, que deu origem ao livro de mesmo nome.

Lançamento:
Virgolino, o Cangaceiro das Flores, de Wilton de Souza
Data:
quarta-feira, 27 de maio
Local:
Livraria Saraiva Mega Store (Shopping Center Recife)
Horário:
19h

1 comentários:

  1. Unknown says

    este livro é a historia do meu irmão


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