Shirley Valentine com Betty Faria em Recife

Afastada do teatro há cerca de 10 anos, Betty Faria volta aos palcos com "Shirley Valentine", adaptação de texto do britânico Willy Russel. Na montagem que em Recife nos dias 24 e 25 de abril no Teatro de Santa Isabel, a atriz é dirigida por Guilherme Leme. "É a volta da filha pródiga ao teatro, que é a casa do ator. Me sinto como uma adolescente começando carreira, tenho insônia, torço para gostarem de mim", diz a atriz.

"Shirley Valentine" conta a história de uma dona de casa na faixa dos 50 anos que enxerga, no convite de uma amiga para passar 15 dias na Grécia, a chance de recuperar a vontade que tem de viver, adormecida pela rotina. "Em algum ponto da vida todo mundo se questiona: 'O que fiz da minha vida?'. O texto dessa peça fala dessa renovação", diz o diretor Guilherme Leme. O Valentine do título da peça é o sobrenome de solteira de Shirley.

Para Betty Faria, sua identificação com a personagem está no senso de humor e na reinvenção. "Busco o não acomodamento, na vida e na carreira, acredito em ser legal e ser feliz apenas", diz ela.

Betty Faria atuou em 2008 na novela global "Duas Caras" e, no cinema, viveu Elza no filme "Chega de Saudade" (2007), de Laís Bodansky. Em 2006 protagonizou o show "Betty Faria.doc", sobre sua carreira, no qual cantava e dançava.

Para a atriz, o melhor da maturidade é identificar o que lhe faz mal. "Se eu trabalhar com gente que não me deixa feliz, eu fico doente. Não vou ficar ligada a um lugar para fazer papéis de que não gosto, sou uma free-lancer, não pertenço a emissora", diz Betty, que aponta em sua formação teatral a base para a maturidade adquirida.

A ideia de viver Shirley Valentine surgiu em 2008, após a atriz fazer uma leitura dramática do texto, dirigida já por Guilherme Leme. "Não queria fazer monólogo -- sou uma pessoa tão solitária, quero sair de casa, ficar com os colegas --, mas a Shirley foi mais forte", conta Betty. O texto, uma tradução de Euclides Marinho, foi atualizado por Leme, que procurou manter a essência da peça, segundo ele uma "comédia romântica e filosófica".

"A Betty já fez no cinema quase todas as mulheres do mundo. Acredito que a Shirley, uma mulher comum, seja isso, todas essas mulheres", opina o diretor.

A primeira encenação do texto de Russell estreou em 1986 em Liverpool, na Inglaterra. Em 1989, ganhou adaptação para o cinema com direção de Lewis Gilbert e atuação de Pauline Collins, indicada ao Oscar pelo papel.

"Shirley Valentine" tem cerca de uma hora de duração -- "não quero chatear ninguém com duas horas de peça", brinca a atriz.

Serviço:
Shirley Valentine
Dias 24 e 25 de abril
Teatro de Santa Isabel
Praça da República, Recife-PE
Fone (81) 3532 2940

* Matéria do UOL Entretenimento
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